Equinor e USP anunciam projeto de R$ 10 milhões para armazenar CO₂ de usinas de etanol

Crédito: Ilustração gerada por IA

A empresa norueguesa Equinor e o Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) da USP lançaram um projeto de R$ 10 milhões para estudar o armazenamento geológico de dióxido de carbono (CO₂) proveniente de usinas de etanol. Segundo reportagem do Estadão, a iniciativa, chamada Cabra (Carbon Storage in Brazilian Basalts), vai avaliar reservatórios da bacia do Paraná, que se estende do Mato Grosso ao Rio Grande do Sul.

O foco do projeto é analisar o potencial das formações basálticas da bacia sedimentar, onde se concentram as usinas de etanol de primeira e segunda geração. A Equinor, uma das maiores operadoras globais de captura e armazenamento de carbono, destacou que essas rochas possuem propriedades que permitem reagir com o CO₂ e transformá-lo em minerais sólidos, reduzindo emissões de gases de efeito estufa.

Os estudos também incluirão análises de engenharia para a viabilidade de um projeto-piloto, avaliando a capacidade de injeção e o tempo de mineralização do carbono nas rochas. O objetivo é verificar a segurança e a eficiência do processo de armazenamento em escala industrial no Brasil.

Segundo a Equinor Brasil, o projeto marca um passo importante na cooperação com a USP e no avanço de tecnologias de captura e armazenamento de carbono (CCS) no país. A empresa destacou que iniciativas como essa reforçam o compromisso da companhia com a transição energética e a descarbonização das cadeias produtivas.

Apesar de o Brasil ser líder mundial na produção de etanol a partir da cana-de-açúcar, o processo ainda gera emissões significativas de CO₂. A Equinor afirma que integrar a produção de bioetanol com tecnologias de armazenamento geológico de carbono pode transformar a cadeia em uma fonte de energia com emissões negativas, fortalecendo o papel do país na agenda climática global.

Integra da matéria: Estadão