
Em meio às tratativas entre Brasil e Estados Unidos, a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia) e a Bioenergia Brasil defenderam, em posicionamento obtido com exclusividade pela CNN Brasil, que “o etanol é um ativo estratégico de soberania nacional e não pode ser tratado como moeda de troca em negociações comerciais”.
Principais entidades do setor de açúcar e biocombustíveis do país, as organizações dizem confiar “na condução responsável e equilibrada do governo nas discussões comerciais com os EUA” e pedem que “qualquer debate sobre política tarifária preserve a segurança energética, a estabilidade das regras e a credibilidade do Brasil como líder na transição energética de baixo carbono”.
As tarifas brasileiras para o etanol são alvo de críticas pelos EUA e mencionadas nas motivações para o tarifaço de 50%. O tema é citado na investigação aberta pelo USTR (Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos) contra o Brasil por supostas “práticas desleais de comércio”.
Segundo o USTR, a elevação da tarifa para 18% nos últimos anos levou a uma queda brusca nas exportações do produto americano. Desde então, especula-se que o Brasil poderia rever condições tarifárias nas negociações com a Casa Branca.
Na nota, as entidades e as empresas associadas Copersucar, FS e Raízen negam rumores de que o segmento teria sugerido ao governo federal reduzir as tarifas de importação do etanol como um aceno aos Estados Unidos.
“A informação não procede. As entidades e suas associadas mantêm posição unificada em defesa da previsibilidade regulatória, da reciprocidade comercial e do respeito às regras internacionais de comércio, pilares que asseguram a competitividade da bioenergia brasileira e o interesse nacional”, escreve.
Por Danilo Moliterno
Fonte: CNN Brasil