Após litígio com a UPL, Belagrícola decide vender sementeira

Belagrícola sede Tamandaré – Foto: Divulgação/Belagrícola

A Belagrícola, rede paranaense de revendas agrícolas, enfrenta uma grave crise de liquidez e avalia vender sua sementeira, a Bela Sementes, um dos ativos mais rentáveis do grupo, com faturamento estimado entre R$ 200 milhões e R$ 400 milhões por safra.

Segundo reportagem do The AgriBiz, a situação financeira se deteriorou após um litígio com a UPL, que cobra cerca de R$ 35 milhões, levando a empresa a obter na Justiça uma liminar que suspende execuções por 60 dias. A Belagrícola busca evitar recuperação judicial e aposta na entrada da Bunge em seu capital — acordo em negociação desde o início do ano, mas travado por divergências entre a trading e os controladores chineses da Pengdu quanto ao valor do aporte.

Segundo o The AgriBiz, após a publicação da matéria, a Belagrícola enviou uma nota:

“Nos últimos anos, o agronegócio brasileiro tem enfrentado grandes desafios econômicos e climáticos, como quebras de safra, juros altos, restrições de crédito e inadimplência elevada – a maior da história do setor. Como outras empresas, a Belagrícola tem sido impactada por esses desafios.

Como parte do processo de reorganização financeira, obteve no dia 10 de outubro aprovação da Justiça para um pedido de proteção temporária contra cobranças de credores, por um prazo de até 60 dias. Essa medida jurídica se chama Tutela Cautelar e já foi utilizada de forma bem-sucedida por várias empresas para reorganizar suas finanças enquanto seguem operando.

Neste período de até 60 dias, as filiais seguem operando normalmente com distribuição de produtos e novas vendas, apenas a fixação de grãos ficará suspensa.

Ressaltamos que esta, e qualquer outra medida que venhamos a tomar, será sempre pautada pelos melhores interesses de seus clientes, colaboradores e fornecedores, minimizando ao máximo os impactos desse necessário processo de reorganização. Seu foco é o compromisso que a move nestes 40 anos: preservar a confiança e o atendimento de seus clientes, a força e o comprometimento da sua equipe e a perenidade e solidez da marca”.

Íntegra da matéria: The AgriBiz