Crime organizado amplia influência no agro

Foto: Vinícius Mendonça/Ibama

O agronegócio brasileiro enfrenta crescente vulnerabilidade diante da infiltração do crime organizado, especialmente do PCC, que passou a atuar também no mercado ilegal de defensivos agrícolas. Segundo reportagem do Agro Estadão, investigações do Gaeco de Franca (SP) revelaram que a facção participa de uma rede complexa de falsificação, envolvendo núcleos responsáveis por diferentes etapas do processo, como fabricação de embalagens falsas, falsificação de notas fiscais e comercialização digital.

Franca, importante polo agropecuário, consolidou-se como o principal centro de falsificação de insumos agrícolas do país, com laboratórios clandestinos de estrutura semi-industrial. Os produtos falsificados, muitas vezes compostos por misturas irregulares e sem controle, geram prejuízos econômicos estimados em mais de R$ 30 milhões, além de sérios riscos ambientais e à saúde.

Segundo a CropLife Brasil, o mercado ilegal de defensivos já representa cerca de 25% do total comercializado no país, envolvendo contrabando, falsificação, adulteração e importação fraudulenta. A entidade aponta que, nos últimos anos, o crime organizado passou a utilizar as mesmas rotas do tráfico de armas e drogas para o transporte desses produtos, especialmente vindos de países vizinhos com menor fiscalização, como Paraguai e Argentina.

Apesar das leis rigorosas brasileiras, a extensão das fronteiras dificulta o controle. Até 31 de agosto de 2025, até agosto, a Polícia Rodoviária Federal apreendeu 72,8 mil toneladas de agroquímicos ilegais — um aumento de 348% em relação a 2024. Em 2023 e 2022, os números foram 85.070 e 261.685 toneladas, respectivamente.

Íntegra da matéria: Agro Estadão