Etanol de milho: desafios e o modelo mais promissor para o futuro, segundo o Bank of America

Biocombustível produzido a partir do milho – Foto: Planeta Campo

O Bank of America destacou que o crescimento acelerado da indústria de etanol de milho no Brasil traz preocupações estruturais. O principal risco está na disponibilidade de biomassa suficiente para abastecer as usinas, já que uma planta de grande porte consome cerca de um milhão de toneladas por ano, o que exige áreas significativas de eucalipto.

Segundo matéria do Money Times, outro ponto crítico é o mercado para o DDG (subproduto do processo), que enfrenta incertezas quanto à absorção interna e desafios logísticos para exportação, competindo ainda com o farelo de soja, cujo volume tende a crescer com a expansão do biodiesel. Além disso, a carência de infraestrutura, sobretudo no Arco Norte, agrava as dificuldades de escoamento e armazenamento do DDG.

Diante desse cenário, o consultor Kory Melby defende que o modelo mais sustentável é o de usinas flex, que combinam milho e cana como matérias-primas. Essa configuração reduz riscos de escassez ao aproveitar o bagaço da cana como fonte energética e viabiliza a produção de etanol de milho na entressafra da cana. Para o futuro, o crescimento da segunda safra dependerá de ganhos de produtividade com mais fertilizantes, sementes resistentes e irrigação, além da expansão para áreas mais isoladas no Mato Grosso.

Empresas com acesso estratégico a milho, biomassa e prêmios regionais para o DDG devem liderar a consolidação, enquanto o Brasil, ao mesmo tempo, tem potencial de se tornar líder em combustível de aviação sustentável (SAF) e ampliar exportações caso reduza tarifas de importação para os Estados Unidos (EUA).

Íntegra da matéria: Money Times