
As importações brasileiras de fertilizantes atingiram um recorde histórico em agosto, superando a marca de 5 milhões de toneladas, segundo relatório semanal da StoneX, empresa global de serviços financeiros. O volume representa um aumento de 10% em relação ao mesmo período de 2024, impulsionado principalmente pela demanda por matérias-primas essenciais, como amônia, ureia, enxofre, KCl, DAP, MAP, NAM, NP, SAM, SSP e TSP.
Fatores Sazonais e Preparo para a Safra Impulsionam Compras
O levantamento da StoneX indica que as importações brasileiras costumam se intensificar entre o final do primeiro semestre e o início do segundo semestre. Segundo Tomás Pernías, analista de Inteligência de Mercado da StoneX: “Esse período concentra a maior parte das aquisições de insumos agrícolas, resultando em volumes mais elevados entre junho e outubro.”
Dados históricos dos últimos três anos mostram que as importações de fertilizantes fosfatados atingem o pico entre junho e agosto, enquanto o cloreto de potássio se destaca entre maio e agosto. Dessa forma, julho e agosto se consolidam como os meses de maior movimentação de entrada de fertilizantes no país, refletindo o preparo para a próxima safra.
Cresce a Procura por Fertilizantes Menos Concentrados
O relatório da StoneX também aponta que o aumento das importações foi influenciado pela maior procura por fertilizantes menos concentrados, tendência que marcou o mercado brasileiro em 2025. Pernías explica: “Com a oferta reduzida de MAP e o balanço ajustado na ureia, o Brasil buscou alternativas com melhor relação custo-benefício.”
Entre os produtos que vêm ganhando espaço no mercado estão:
- NP, com mais de 2,6 milhões de toneladas importadas de janeiro a agosto, alta de 68% em relação ao mesmo período de 2024;
- Sulfato de amônio, com 3,7 milhões de toneladas importadas, aumento de 59% frente ao ano passado.
O analista ressalta que a escolha por fertilizantes menos concentrados tende a elevar o volume total importado e comercializado, já que são necessárias quantidades maiores para suprir a mesma demanda de nutrientes. No entanto, essa tendência também levanta questionamentos sobre a capacidade desses produtos de substituir fertilizantes mais concentrados, historicamente preferidos pelos importadores brasileiros.
Por Portal do Agronegócio
Fonte: Radar Digital Brasília