Os países do grupo Opep+ V8, que inclui Arábia Saudita, Rússia, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Cazaquistão, Argélia e Omã, se reunirão no próximo domingo, dia 7 de outubro, para discutir as metas de produção de petróleo para outubro. Analistas do Santander preveem um aumento de 0,55 milhão de barris por dia (MMbpd), revertendo cortes anteriores e sinalizando confiança na demanda global.
Desde abril, o aumento acumulado na produção pode ultrapassar 3,0 MMbpd, o que representa uma reversão dos cortes voluntários de 2,2 MMbpd implementados no ano passado. A Opep+ também pode começar a reduzir uma segunda camada de cortes, que totaliza aproximadamente 1,65 MMbpd, antes do prazo previsto para 2026. Embora haja a possibilidade de uma pausa na produção em outubro, a tendência é de que o grupo continue a aumentar as cotas.
Confiança na Demanda
O movimento de aumento na produção é interpretado como um sinal de confiança na demanda global por petróleo, mesmo diante da concorrência de produtores fora do cartel. O Santander destaca que esses ajustes podem acomodar países como Cazaquistão e Iraque, que já estão produzindo acima do combinado, sem prejudicar a unidade do bloco. Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita são os principais protagonistas nas negociações, com os Emirados buscando cotas maiores devido à ampliação de sua capacidade de produção.
Apesar do aumento oficial de 2,5 milhões de barris por dia desde abril, o preço do Brent, referência internacional do petróleo, permanece próximo de 70 dólares o barril. Fatores como sanções contra Rússia e Irã e a produção real ainda abaixo das metas anunciadas contribuem para a estabilidade dos preços. O Santander acredita que novas liberações de oferta não devem causar uma queda acentuada nas cotações.
Recuperação de Espaço no Mercado
A estratégia de aumentos graduais permite à Opep+ recuperar espaço no mercado, evitando que a fatia seja ocupada pelo petróleo de xisto dos Estados Unidos. Projeções indicam que, se todos os aumentos forem implementados e a Arábia Saudita redirecionar 400 mil barris por dia atualmente usados para consumo interno, a oferta mundial pode superar a demanda em 200 mil a 600 mil barris por dia no último trimestre deste ano.
Embora a oferta possa aumentar, o Santander observa que o aumento de 550 mil barris por dia já está no radar do mercado. A expectativa é que os ajustes na produção sejam lentos e irregulares entre os países do grupo, com a produção real frequentemente abaixo do que é anunciado. Os fundamentos permanecem favoráveis no curto prazo, com estoques em baixa e demanda firme na Ásia, o que deve manter o preço do Brent entre 65 e 70 dólares nos próximos meses.
Fonte: Portal Tela
