Sanções à Rússia podem impactar oferta de insumos no Brasil

Brasil, China e Índia dificilmente deixarão de comprar fertilizantes russos
Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

A ameaça de novas sanções americanas contra a Rússia, em resposta ao conflito com a Ucrânia, já pressiona os preços dos fertilizantes globais e pode afetar diretamente o Brasil. Em 2024, o país importou 41,34 milhões de toneladas de insumos, dos quais cerca de 25 % vêm da Rússia. Se o Brasil for incluído nas medidas, os custos de fertilizantes poderiam subir, especialmente a partir de 2026, alerta o analista do banco alemão Rabobank, Bruno Fonseca, em reportagem do Globo Rural.

Embora a safra de soja 2025-2026 já tenha adquirido a maior parte dos insumos, a pressão se acentuará nos ciclos seguintes. A Rússia continua sendo o fornecedor mais competitivo para alguns dos principais insumos. Países como China e Índia têm dificuldade em reduzir a compra russa por causa do volume necessário e da oferta limitada de alternativas. A Índia, por exemplo, já antecipou compras para mitigar riscos.

A substituição forçada de fornecedores tende a elevar preços no curto prazo, mas o Brasil demonstrou resiliência em 2022, ao ampliar compras canadenses após as sanções. Atualmente, o distanciamento entre EUA e Canadá pode facilitar a exportação canadense de fertilizantes ao Brasil.

O preço da ureia subiu 5,2 % nos portos brasileiros em julho, impulsionando os custos para a “safrinha” de milho 2025-2026. O mercado global continua em desequilíbrio, com a China limitando exportações para proteger o abastecimento interno, enquanto a forte demanda indiana sustenta preços elevados.

Íntegra da matéria: Globo Rural