Safras robustas e demanda pontual do Paquistão fazem com que preço do açúcar mantenha estabilidade no mercado internacional

Armazenagem de Açúcar – Foto Czarnikow/Divulgação

Os contratos futuros do açúcar fecharam em alta nesta segunda-feira (4) nas bolsas de Nova Iorque e Londres, impulsionados por notícias de novas compras do Paquistão no mercado internacional. Ainda assim, o movimento não deve representar uma tendência de alta mais consistente, segundo avaliação do analista Maurício Muruci, da Safras & Mercado.

Na ICE Futures, em Nova Iorque, o vencimento outubro/25 subiu 0,07 cent (alta de 0,43%), encerrando a 16,25 cents por libra-peso. O contrato março/26 avançou 0,10 cent (+0,60%), para 16,88 cents/lbp. O maio/26 teve valorização de 0,11 cent (+0,67%), cotado a 16,62 cents/lbp, enquanto o julho/26 fechou a 16,52 cents/lbp, com ganho de 0,10 cent (+0,61%).

Em Londres, o açúcar branco também registrou valorização. O contrato outubro/25 subiu US$ 3,80 (+0,82%), encerrando a US$ 468,80 por tonelada. O dezembro/25 avançou US$ 4,50 (+0,98%), para US$ 462,00 por tonelada. O março/26 foi a US$ 466,00 por tonelada, também com alta de US$ 4,50 (+0,98%), enquanto o maio/26 subiu US$ 4,00 (+0,86%), negociado a US$ 467,60 por tonelada.

De acordo com o Barchart, o movimento de alta nos preços foi impulsionado por relatos de que o Paquistão pretende comprar mais 100 mil toneladas de açúcar nesta semana — quantidade semelhante à adquirida na semana passada — como tentativa de conter os preços internos.

Apesar disso, segundo Maurício Muruci, analista da Safras & Mercado, essas compras não têm peso suficiente para provocar um movimento altista mais firme nos preços. “A influência do Paquistão sobre Nova Iorque é muito baixa. São países que aparecem no mercado, como Paquistão, Filipinas e Indonésia, mas que não mexem com os preços”, afirmou ao Notícias Agrícolas nesta segunda-feira.

Segundo o analista, mesmo que esses países estejam mais ativos nas importações, o impacto sobre o mercado internacional tende a ser limitado, especialmente diante de um contexto de ampla oferta global. Muruci lembra que o mercado segue pressionado por um cenário de superávit global, e que só não há uma queda abaixo dos 16 cents/lbp em Nova Iorque porque o Centro-Sul do Brasil ainda sente os efeitos de um clima mais seco, com reflexos das queimadas de 2024 e chuvas abaixo da média no início de 2025, especialmente em áreas produtoras do estado de São Paulo.

Fonte: Notícias Agrícolas