Estoques de etanol do Centro-Sul chegam a 2,8 bilhões de litros na 1ª quinzena de junho

Tanques para armazenagem de etanol — Foto: Editora Globo

Por Giully Regina

Conforme a safra de cana-de-açúcar avança, os estoques de etanol do Centro-Sul se recompõem. Mesmo assim, os volumes vistos nos primeiros meses da temporada 2025/26 estão abaixo dos registrados em anos anteriores.

No dia 16 de junho, os tanques da região armazenavam 2,8 bilhões de litros do biocombustível, alta quinzenal de 21,4%, mas retração de 36,5% em comparação com os 4,41 bilhões de litros vistos na mesma data de 2024.

Os dados sobre a armazenagem de etanol pelas sucroenergéticas foram divulgados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) na última quinta-feira, 26. Considerando o volume total, 60,8% era de hidratado e 39,2%, de anidro.

Segundo a União da Indústria de Cana-de-açúcar e Bioenergia (Unica), as usinas venderam 1,26 bilhão de litros de etanol na primeira quinzena de junho, queda anual de 13,9%. A produção, por sua vez, foi de 1,77 bilhão de litros no período, retração de 21,7% no mesmo comparativo.

Em São Paulo, maior estado produtor e consumidor do biocombustível, as usinas armazenavam 1,39 bilhão de litros em 16 de junho, acréscimo quinzenal de 15,1%. Já em relação aos 2,41 bilhões de litros estocados um ano antes, houve uma queda de 42,3%.

Hidratado

Em 16 de junho, o estoque de etanol hidratado nas usinas do Centro-Sul era de 1,7 bilhão de litros, alta de 19,5% em relação à posição no início do mês. Na comparação anual, por outro lado, os tanques estão 33,5% mais baixos.

De acordo com a Unica, a produção do biocombustível utilizado para abastecer diretamente os veículos foi de 1,1 bilhão de litros no período, retração de 18% ante a safra passada. As vendas de hidratado, por sua vez, totalizaram 803,95 milhões de litros na primeira quinzena de junho, redução anual de 15,9%.

Em São Paulo, os tanques continham 829 milhões de litros de hidratado em 16 de junho, baixa de 37,2% na comparação com 2024.

Com a aprovação da maior mistura de anidro à gasolina, de 27% para 30% (E30), o mercado de hidratado pode ter uma retração. De acordo com a StoneX, o biocombustível deve registrar uma menor participação devido a uma dinâmica menos competitiva frente ao fóssil.

Anidro

A armazenagem de anidro, por sua vez, registrou uma alta quinzenal de 24,4%, para 1,1 bilhão de litros. Em relação à posição no ano passado, a retração é de 40,6%.

Com a mudança para o E30 a partir de agosto, a StoneX espera que a demanda por anidro aumente em 760 milhões de litros em 2025. O volume já contabiliza o impacto direto do aumento de mistura e, também, a possibilidade de um incremento no consumo de gasolina frente ao etanol hidratado.

Nas primeiras semanas de junho, as usinas fabricaram 678 milhões de litros do etanol a ser misturado à gasolina, baixa anual de 27%, segundo a Unica. Já as vendas atingiram 460,01 milhões de litros na quinzena, queda de 10,2% em relação ao mesmo período da safra anterior.

Em São Paulo, 560 milhões de litros de anidro estavam estocados pelas usinas em 16 de junho, diminuição de 48,5% ante a mesma data no ano passado.

Fonte: NovaCana