Tensão no Oriente Médio: Impactos geopolíticos e logísticos

Foto: Adobe Stock

O recente ataque dos EUA e Israel às usinas nucleares do Irã aumentou as tensões no Oriente Médio. A resposta iraniana incluiu a proposta de fechamento do Estreito de Ormuz, crucial para o trânsito de 30% do petróleo e fertilizantes globais. Apesar da gravidade, os mercados financeiros ainda não refletem totalmente a crise; o petróleo subiu apenas 0,73%.

Em reportagem do Estadão, o economista André Perfeito destaca que o fechamento do estreito, autorizado pelo parlamento iraniano, poderia envolver outros países do Golfo Pérsico em conflito, complicando a situação do próprio Irã. A Europa, já afetada pela crise energética russa, enfrenta riscos adicionais com a possível perda de fornecimento árabe.

No agronegócio, a tensão não é nova. A logística global opera no limite e o estreito é vital para fertilizantes e combustíveis. A consultoria Markestrat ressalta que gargalos logísticos estavam contratados antes da escalada militar, e o ataque apenas agrava a crise.

Se o Estreito de Ormuz for bloqueado, quatro fatores são críticos: a decisão política final cabe ao Aiatolá do Irã; o estreito é vital não só para o Irã, mas também para Kuwait, Catar e Arábia Saudita; um bloqueio elevaria os preços do petróleo, impactando a economia global; e há riscos de apoio externo ao Irã, potencialmente reacendendo o caos logístico no Canal de Suez.

Os especialistas alertam para interferências iranianas no GPS, que podem desorientar rotas e causar acidentes, paralisando o tráfego sem bloqueio formal. Essa situação complexa destaca a interconexão da geopolítica com a logística global.

Íntegra da matéria: Estadão (para assinantes)