
Foto: UNICA/Divulgação
O setor sucroenergético brasileiro se articula internacionalmente para conquistar mais espaço na transição energética. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) participa do tradicional NY Sugar Dinner, no dia 14, em Nova York, onde defenderá o etanol brasileiro como uma das soluções mais rápidas e eficazes de descarbonização para a mobilidade terrestre e marítima.
“O etanol tem se mostrado muito eficiente, promovendo redução nas emissões de carbono em comparação com os combustíveis fósseis”, diz Evandro Gussi, presidente da Unica. O etanol reduz em até 90% as emissões de carbono em relação à gasolina.
Em evento recente em Paris, o setor sucroalcooleiro discutiu ações para aumentar em quatro vezes a oferta global de biocombustíveis até 2035. Nesse cenário, diz Gussi, o Brasil tem maior potencial de expansão, com a conversão de pastagens degradadas em canaviais, aumento da produtividade das lavouras e uso do milho para produção de etanol. “Há também investimentos relevantes na área de biometano, que vai ampliar a oferta energética do setor”, afirma o dirigente.
O Brasil já é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, com 621,88 milhões de toneladas na safra 2024/25, e o segundo maior produtor global de etanol, com produção recorde de 34,96 bilhões de litros na temporada passada.
Do lado da demanda, o uso do etanol no transporte marítimo deve contribuir para elevar o consumo global. A Organização Marítima Internacional (IMO) definiu como metas a redução líquida de emissões no transporte marítimo internacional em 20% até 2030 e emissão líquida zero até 2050. A Compagnie Maritime Monégasque e a Wärtsilä desenvolvem embarcações movidas a etanol.
Outra demanda adicional virá do Japão. O país vai adotar a mistura de 10% de etanol na gasolina até 2030 e de 20% até 2040, elevando o consumo de 1,5 bilhão de litros por ano para 4,45 bilhões de litros. Em março, a Unica e o Instituto de Economia da Energia do Japão (IEEJ) firmaram acordo para ampliar a colaboração técnica na agenda de biocombustíveis sustentáveis.
Fonte: Globo Rural