
Por Gustavo Maia
O Ministério de Minas e Energia (MME) deve realizar nas próximas semanas uma nova consulta pública para discutir as diretrizes e a sistemática do Leilão de Reserva de Capacidade na forma de potência de 2025, cuja realização foi cancelada no início do mês por conta de uma disputa judicial.
O certame prevê a contratação a partir de empreendimentos de geração termelétricos a gás natural e a biocombustíveis, ou decorrentes da ampliação de potência de hidrelétricas. Neste contexto, a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis alerta que o leilão pode gerar um impacto direto no preço do diesel na bomba.
“O setor de biodiesel já opera próximo ao limite da sua capacidade produtiva e a medida tende a pressionar ainda mais a oferta, especialmente diante da impossibilidade legal de importar biodiesel”, alerta o presidente executivo da entidade, Sergio Araujo. Outro ponto que preocupa a Abicom é que o leilão prevê a contratação dos biocombustíveis para geração de energia durante 15 anos.
“Biodiesel não pode ser armazenado por longos períodos, pois absorve umidade e oxida com facilidade, comprometendo sua qualidade. Diante disso, os produtores podem não se sentir seguros para fornecer biodiesel em condições de armazenamento adversas, devido ao alto risco de deterioração do produto”, complementa Araujo.
Com isso, segundo ele, as usinas podem não conseguir manter estoques para uso futuro, a fim de dar a agilidade necessária para o acionamento, o que limita a previsibilidade e segurança no suprimento.
Fonte: Veja