Por Gabriella Weiss
O mercado de fertilizantes está passando por um cenário de custos elevados, mas com expectativas de aumento nas entregas de insumos em 2025, aponta o banco holandês Rabobank.
De acordo com relatório do banco, as entregas de fertilizantes devem crescer 2% em relação ao total de 2024, alcançando aproximadamente 46,6 milhões de toneladas no próximo ano. Esse aumento reflete uma demanda firme, impulsionada pelas boas perspectivas para a safra de grãos, embora os preços dos insumos, como o fosfato, sigam em alta.
A alta no preço dos fertilizantes, especialmente o MAP (fosfato monoamônico), está diretamente ligada ao desequilíbrio global entre oferta e demanda. O MAP apresentou uma alta de 20% em relação à safra 2024/25, já atingindo uma média de R$ 4.750 por tonelada em Mato Grosso em março.
No entanto, a desvalorização do real ao longo de 2024 ajudou a mitigar parcialmente esse impacto, avaliam os analistas. “Na safra 2024/25, a situação das margens operacionais está um pouco melhor do que o originalmente estimado, devido à desvalorização do Real observada ao longo do quarto trimestre de 2024”, explicou o banco.
O câmbio médio estimado para a venda do grão alcançou aproximadamente R$ 5,82 por dólar, o que representa um aumento de cerca de 11% em relação ao valor estimado anteriormente. Esse movimento cambial teve um efeito positivo nas margens dos produtores, ajudando a compensar os custos mais elevados com fertilizantes.
Contudo, o relatório destaca que, apesar dessa melhora, a situação dos produtores continua sensível. Mesmo com a valorização da moeda local, as margens ainda estão pressionadas, e a gestão da alavancagem continuará sendo um desafio para os produtores nos próximos anos, alertaram os analistas, que avaliam que a situação deve perdurar por pelo menos três safras, a partir de 2024.
O aumento nas entregas de fertilizantes, embora positivo, também deve ser acompanhado de perto, especialmente no segundo trimestre de 2025, quando as compras para a safra de soja devem se intensificar.
Segundo o banco, a cautela permanece fundamental, com os produtores atentos não só à evolução dos preços dos insumos, mas também aos impactos de variáveis geopolíticas, como as tarifas americanas de importação, que podem afetar o mercado global de fertilizantes.
Fonte: Globo Rural
