O jornal Valor Econômico traz um editorial sobre projeções em relação ao comércio global. Após um encolhimento de 1,2% em 2023, o comércio global se recupera, com previsão de crescimento de 2,7% em 2024, segundo a OMC. O aumento de US$ 1 trilhão, totalizando US$ 33 trilhões, é impulsionado principalmente pelo setor de serviços, que cresceu 7%. Apesar dos conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio, que impactaram preços e transporte, o mercado se adaptou.
A recuperação é desigual: a Argentina teve um aumento de 17% nas exportações, enquanto o Vietnã cresceu 15%. As grandes economias, como China e EUA, mostraram crescimento modesto. Exportações de agronegócio e metais caíram, enquanto produtos de tecnologia e têxteis cresceram.
Para 2025, a OMC prevê um crescimento mais forte, mas incertezas políticas, especialmente com a possível reeleição de Donald Trump, ameaçam essa projeção. Trump propôs tarifas elevadas sobre importações, o que gerou reações de países afetados, como México e Canadá, que estão dispostos a negociar.
O Brasil é identificado como um dos países mais suscetíveis a tensões comerciais sob o futuro governo Trump, por causa das práticas que podem restringir exportações americanas. Além disso, questões ideológicas e tarifas existentes complicam a relação entre Brasil e EUA. O cenário econômico da China também influencia as previsões para o comércio global, com uma desaceleração prevista.
O protecionismo deve aumentar, com a OMC registrando 169 novas medidas restritivas, limitando US$ 2,942 trilhões em importações. O comércio global está se tornando uma ferramenta na competição entre nações, eclipsando objetivos de crescimento econômico e colaboração internacional.
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