Por Leonardo Gottems
Segundo análise da Hedgepoint, o acordo entre União Europeia e Mercosul traz isenção tarifária para alguns produtos, mas mantém barreiras para itens agrícolas considerados sensíveis, como o açúcar. Apesar de representar uma abertura limitada para o mercado europeu, o tratado evidencia o potencial de exportação do Brasil, que enfrenta desafios de concorrência e restrições comerciais.
Enquanto isso, na Índia, a produção de açúcar demonstra sinais de recuperação após atrasos no início da safra. O volume de cana moída e açúcar produzido apresentou redução de 34% em relação ao ano anterior, destacando dificuldades no setor que podem afetar a oferta global no curto prazo.
“Para o açúcar, o acordo prevê uma cota tarifária de 180.000 toneladas com isenção de tarifas, mas sem mudanças expressivas em relação às condições atuais. Importações além dessa cota permanecerão sujeitas às tarifas existentes”, diz Lívea Coda, analista de Açúcar e Etanol da Hedgepoint Global Markets.
No âmbito macroeconômico, o Federal Reserve dos EUA projeta uma redução na taxa de juros em 25 pontos-base, contrastando com o cenário brasileiro, onde o Banco Central deve adotar uma política monetária mais rígida, com aumento da Selic em 75 pontos-base. Com a chegada da entressafra no Centro-Sul do Brasil, é esperado que a disponibilidade de açúcar diminua no primeiro trimestre de 2025, o que pode levar a uma pressão altista nos preços, especialmente se a demanda internacional aumentar.
“Embora o Brasil já exporte acima da cota proposta, o aumento da oferta de açúcar na Ucrânia e boas perspectivas europeias podem reduzir a fatia do mercado brasileiro na EU”, ressalta.
Fonte: AgroLink