Estudo aponta cenário do agronegócio nacional como sendo desafiador em 2025, a partir de projeções econômicas e conjunturais
O estudo do Rabobank indica um desafiador cenário para o agronegócio brasileiro em 2025. Com a perspectiva de desaceleração do crescimento do PIB, estimado em 1,8%, e a manutenção de uma política monetária restritiva pelo Banco Central, o ambiente econômico se torna mais complexo para produtores e investidores.
A depreciação do real e a alta nos custos de produção são fatores que continuarão a impactar o setor, que deve lidar com margens mais apertadas, pressões inflacionárias e desafios fiscais. No entanto, o Brasil segue com a expectativa de manter a competitividade em diversos segmentos do agronegócio.
Apresentamos um resumo dos principais pontos do estudo:
Insumos
Os custos com insumos, especialmente fertilizantes, continuarão a ser um ponto de atenção. Após uma redução de 1,27% nos últimos anos, os fertilizantes apresentaram comportamento misto em 2024, com a cana e o café experimentando uma queda de custos, enquanto a laranja e o algodão enfrentaram altas.
Para 2025, espera-se estabilidade nos custos de adubação, com um olhar atento às tensões geopolíticas que podem impactar o preço da ureia e outros insumos-chave.
Café
O Rabobank projeta exportações de 45 a 47 milhões de sacas para 2025, um volume ligeiramente menor devido à frustração da colheita de 2024/25. Apesar disso, os preços devem se manter altos, com cotações em Nova Iorque entre USD 2,20 e 2,45/lp, impulsionadas pela oferta global apertada e gargalos logísticos.
O consumo interno deverá atingir 21,8 milhões de sacas, influenciado pela desaceleração econômica e aumento nos preços ao consumidor.
Cana, Açúcar e Etanol
Para a safra 2025/26, é prevista uma moagem de 580 milhões de toneladas no centro-sul, um decréscimo em relação à safra anterior devido à seca prolongada e às queimadas em 2024. O mix de produção deve focar no açúcar, podendo atingir 52% devido aos investimentos em capacidade de cristalização.
A produção de etanol deverá se estabilizar, com destaque para a ampliação do etanol de milho.
Soja
Mesmo com margens mais apertadas, a área plantada de soja deve crescer 1,5%, alcançando 47 milhões de hectares e uma produção projetada de 167 milhões de toneladas, um novo recorde.
O aumento da mistura obrigatória de biodiesel (B15) em 2025 é um fator positivo para o esmagamento interno, enquanto as exportações podem ser afetadas por oscilações globais e geopolíticas.
Milho
A produção de milho deve atingir 125 milhões de toneladas em 2025, um aumento de 3 milhões em comparação a 2024, mesmo com a redução na área plantada de safrinha.
O consumo interno continuará em alta devido à maior demanda por rção animal e etanol, atingindo 90 milhões de toneladas.
Proteína Animal
A produção de carne no Brasil deverá se manter em crescimento, beneficiada pela maior demanda global e pela competitividade local. No entanto, custos de produção e desafios logísticos podem afetar as margens.
Laranja
O Rabobank destaca uma safrinha mais desafiadora em 2025, com uma possível estabilização dos preços do suco de laranja devido ao balanço de oferta e demanda global.
Custos de fertilizantes e a disponibilidade de insumos continuarão a impactar o setor.
Leite
A produção de leite enfrentou oscilações em 2024 e deve ter uma ligeira recuperação em 2025, mas ainda enfrentando margens apertadas devido aos altos custos de insumos e pressões inflacionárias.
Para saber mais, consulte o estudo completo no Portal Food Forum.
Fonte: Food Forum