Por Débora Araújo
A nova usina da Raízen em Jataí promete gerar empregos, expandir a produção de etanol de segunda geração e fortalecer a economia local com foco em energias renováveis.
A Raízen anunciou uma grande novidade que promete movimentar o setor de biocombustíveis no Brasil: a construção de uma nova usina de etanol de segunda geração (E2G) na cidade de Jataí, Goiás. Esse investimento de R$ 1,2 bilhão marca um passo importante na expansão da companhia para fora do estado de São Paulo, onde estão suas plantas de E2G atuais. Com o projeto, a empresa busca aumentar a produção de etanol sustentável e fortalecer sua atuação em energias renováveis, além de gerar empregos e impulsionar a economia local.
Nova usina da Raízen levará inovação e sustentabilidade para Jataí
A nova usina da Raízen será construída ao lado de uma unidade já existente em Jataí, integrando tecnologia avançada para produzir etanol de segunda geração. Esse tipo de biocombustível é feito a partir de resíduos, como palha e bagaço de cana-de-açúcar, que são materiais geralmente descartados. O uso dessa matéria-prima faz com que o processo tenha um menor impacto ambiental, já que aproveita ao máximo os recursos disponíveis, contribuindo para a redução de resíduos e emissões de carbono.
O projeto de construção será dividido em etapas, começando pela infraestrutura básica, que inclui a pista de acesso e a instalação de equipamentos essenciais para o funcionamento da planta. Na sequência, o terminal de processamento será construído, permitindo que a produção de etanol celulósico seja feita com alta eficiência. A previsão é que a usina comece a operar em 2028, quando estará pronta para atender a crescente demanda por biocombustíveis de baixa emissão.
Geração de milhares de empregos diretos e indiretos
Além de promover o desenvolvimento sustentável, a nova usina de etanol trará um impacto considerável na economia de Jataí e região, com a criação de 168 empregos diretos e cerca de mil empregos indiretos durante o período de construção. Esses postos de trabalho vão desde operários e técnicos na obra até fornecedores de serviços e materiais, movimentando a economia local.
A expectativa é que, com a operação da nova planta, mais oportunidades sejam geradas, não apenas na produção de etanol, mas também em setores como logística e serviços, que deverão acompanhar o crescimento da demanda por transporte e fornecimento de produtos. Para Jataí, que já é um polo agrícola no estado, a chegada da Raízen reforça a importância da região no cenário nacional de energia e biocombustíveis.
O que é o etanol de segunda geração?
O etanol de segunda geração (E2G), ou etanol celulósico, é um combustível renovável que se diferencia do etanol tradicional por ser produzido a partir de resíduos vegetais. Ao usar palha e bagaço de cana-de-açúcar, o processo de produção consegue aproveitar materiais que seriam descartados, reduzindo o desperdício e diminuindo as emissões de carbono.
Esse tipo de etanol é visto como uma alternativa essencial para o futuro dos combustíveis, especialmente em mercados que buscam reduzir suas pegadas de carbono. A Raízen, ao investir em novas plantas de E2G, reforça seu compromisso com a sustentabilidade e se posiciona como uma das líderes no mercado global de biocombustíveis.
Expansão da Raízen além de São Paulo
Até agora, a produção de E2G da Raízen estava concentrada em São Paulo, com usinas localizadas em Piracicaba e Guariba. A decisão de expandir para Goiás faz parte de um plano estratégico para diversificar a localização de suas operações e atender melhor às demandas do mercado interno e externo. O estado de Goiás, com uma forte presença no agronegócio, oferece condições favoráveis para o crescimento da produção de biocombustíveis, o que torna Jataí uma escolha estratégica.
A nova planta também integra um pacote de expansão que inclui outras duas unidades em construção, que devem entrar em operação na safra de 2025/26 em Barra Bonita e Valparaíso, ambas no estado de São Paulo. A meta da Raízen é ampliar a capacidade combinada de suas plantas de E2G para 82 milhões de litros de etanol por ano, consolidando sua posição como uma referência no setor.
A nova usina da Raízen em Jataí e outras perspectivas para o futuro
O projeto da nova usina da Raízen em Jataí é resultado de um plano de investimentos iniciado em 2022, que contou com um importante acordo com a Shell, uma de suas principais parceiras. Esse contrato garantiu a venda antecipada de etanol por 10 anos, no valor de R$ 3,3 bilhões, ajudando a financiar a construção das novas plantas.
Esse modelo de negócios permite que a Raízen assegure a demanda para sua produção, especialmente no mercado europeu, onde o etanol celulósico é muito procurado como alternativa aos combustíveis fósseis. Além disso, mercados como os Estados Unidos e Japão também se mostram promissores para a exportação de biocombustíveis, ampliando as oportunidades de crescimento para a empresa.
Por que a nova usina é um marco para o setor?
A construção dessa nova usina de etanol representa um avanço não apenas para a Raízen, mas para todo o setor de biocombustíveis no Brasil. Com o mundo voltando sua atenção para energias renováveis e soluções que ajudem a mitigar os efeitos das mudanças climáticas, a produção de etanol de segunda geração se destaca como uma opção viável e sustentável.
Esse investimento reforça o compromisso da Raízen com a inovação tecnológica e com a economia de baixo carbono, além de incentivar outras empresas do setor a seguirem o mesmo caminho. O desenvolvimento de novas tecnologias para a produção de combustíveis renováveis, combinado com a expansão para novas regiões, faz da Raízen uma das protagonistas na transição energética global.
Fonte: Click Petróleo & Gás