Por Felipe Erlich
A Shell defende que, mesmo no contexto das mudanças climáticas, o Brasil siga explorando novos poços de petróleo nas próximas décadas. O argumento da petroleira se baseia nas características do petróleo brasileiro, que é relativamente menos danoso para o meio ambiente do que o produzido em outras regiões do mundo. Segundo cálculos da Petrobras, o combustível originário do pré-sal, por exemplo, seria o menos prejudicial ao clima, emitindo quase 50% menos CO2 do que a média mundial. Nesse sentido, a petroleira britânica considera que o mundo deveria consumir mais petróleo extraído no Brasil independente da provável queda na demanda global no futuro.
“A questão é quais são os últimos barris de petróleo que serão consumidos no mundo?”, diz o vice-presidente de relações corporativas da Shell no Brasil, Flávio Rodrigues, ao Radar Econômico. Durante evento promovido por VEJA para tratar da transição energética, na segunda-feira (21/10), o executivo manifestou sua torcida para que o combustível fóssil produzido no país seja mais longevo do que o de regiões concorrentes.
“O Brasil está numa janela de oportunidade diferente do resto do mundo”, diz. Em paralelo, a Shell tenta diversificar o negócio no Brasil para diminuir sua dependência do mercado de petróleo. Rodrigues elenca o exemplo da Raízen, empreendimento conjunto da Shell e da Cosan voltado à produção de etanol, além de negócios da petroleira no mercado livre de energia. “Nosso CEO brinca que a divisão brasileira da Shell opera quase como uma empresa à parte, porque temos várias áreas de atuação”, diz.
Fonte: Veja Negócios