Mercado de açúcar disparou em setembro com queimadas piorando prognósticos para safra brasileira

Armazenagem de açúcar — Foto: Wenderson Araujo/CNA

As cotações internacionais do açúcar dispararam em setembro, ampliando os ganhos do mês anterior. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), os contratos com entrega em outubro do açúcar bruto fecharam a sessão do dia 26 de setembro 23,31 centavos de dólar por libra-peso, ante 19,38 centavos em 30 de agosto, uma alta de 20%.

O mercado açúcar foi impactado em setembro por preocupações com as condições das lavouras de cana-de-açúcar do Brasil, impactadas fortemente pelo prolongamento da estiagem e mais recentemente pelas queimadas. Em balanço divulgado no dia 27 de setembro, a Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) disse que os focos de incêndios no estado de São Paulo atingiram cerca de 263 mil hectares de cana. Já em Minas Gerais foram queimados cerca de 61 mil hectares. Isso representa um volume de aproximadamente 3 milhões de toneladas de cana em pé e de rebrota de cana no estado mineiro.

Em Goiás, a ORPLANA ainda está atualizando os dados. Porém, até o dia 3 de setembro, o volume de área queimada era de 43 mil hectares, sendo dois terços de cana em pé e um terço com cana em processo de rebrota.

Os estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul também foram bastante afetados pelos incêndios de forma geral. “Mas, quando falamos de cana-de-açúcar, tivemos 19 mil hectares queimados no Mato Grosso, aproximadamente, com parte da cana em pé e parte em rebrota. No MS foram 28 mil hectares de cana atingidos pelos incêndios”, enfatiza.

Exportação

A receita diária média obtida com as exportações brasileiras de açúcar e outros melaços atinge US$ 82,391 milhões em setembro, com quinze dias úteis, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Já o volume médio diário de exportações chega a 180,613 mil toneladas no mês. Foram exportadas 2.790.196 toneladas de açúcar em setembro, com receita de US$ 1,235 bilhão, a um preço médio de US$ 456,20 por tonelada.

Na comparação com a média diária de setembro de 2023, de US$ 81,236 milhões, há alta de 1,4% no valor obtido diariamente pelas exportações de açúcar em setembro de 2024. Em volume, há alta de 13,2% ante as 159,547 mil toneladas diariamente embarcadas em agosto de 2023. Já o preço médio caiu 10,4%, ante os US$ 509,20 por tonelada verificados em setembro de 2023.

Fonte: Revista RPANews