Incêndios causaram R$ 181,71 milhões em prejuízo a produção agrícola de Goiás

Foto: Bombeiros de Goiás

Por Fernanda Pressinott

O governo de Goiás estima que a produção agrícola do Estado teve um prejuízo de R$ 181,71 milhões entre julho e setembro em função de incêndios. O levantamento foi feito Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e considera os cultivos de feijão, cana-de-açúcar, milho, tomate, sorgo, batata inglesa e algodão. Esse valor não engloba custos com infraestrutura, maquinários, pastagem, custo de recuperação ou replantio.

No acumulado de 2024 até 19 de setembro, o bioma Cerrado já apresentou 62.357 focos de incêndios, liderado por Mato Grosso, responsável por 16.676 pontos. O Estado de Goiás respondeu por 8,2% dos focos, segundo o BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

“A situação está mais controlada em Goiás, apesar das adversidades climáticas, graças a ações como o monitoramento em tempo real e a pronta resposta da Defesa Civil”, ressaltou o governador Ronaldo Caiado em evento recente em Brasília (DF), para tratar do assunto com a União.

Por meio da Operação Cerrado Vivo, em 2024 o Corpo de Bombeiros Militar já realizou 2.061 atendimentos em propriedades rurais (agrícolas e não agrícolas) no Estado de Goiás. No ano de 2023, foram 1.197 atendimentos no total acumulado.

O chefe do Executivo afirma ainda que, na economia como um todo, o impacto pode chegar a R$ 1,5 bilhão até o final do ano.

Conforme o governo, os dados do acumulado do ano até agosto de 2024 mostram que a área produtiva queimada é de quase 102 mil hectares no Estado. Na produção agrícola, os municípios mais atingidos foram Itumbiara, Quirinópolis, Gouvelândia, Água Fria de Goiás e Padre Bernardo.

O Sul goiano detém mais de R$ 46,58 milhões dos prejuízos nas colheitas, cerca de 25,64% do total. Em seguida, estão o Sudoeste (24,82%), o Entorno do Distrito Federal (13,6%) e o Nordeste (11,45%).

“A secretaria tem realizado campanhas de conscientização sobre a importância da prevenção de incêndios florestais e reforçado os estudos técnicos que demonstram o impacto dessas queimadas sobre o solo e o meio ambiente. Além disso, temos trabalhado em parceria com produtores rurais e entidades competentes, buscando alternativas e estratégias para lidar com esse desafio”, destaca em nota o presidente da Seapa, Pedro Leonardo Rezende.

Em julho deste ano, por meio do decreto 10.503, o governador Ronaldo Caiado suspendeu o uso de fogo na vegetação, com exceção de casos expressamente autorizados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). Em agosto, por meio do decreto 10.539, declarou situação de emergência em 20 municípios goianos afetados por “incêndios em áreas não protegidas, com reflexos na qualidade do ar”. O documento autoriza, por 180 dias, a dispensa de licitação para aquisição de materiais e contratação de pessoal.

Fonte: Globo Rural