As tradings globais de commodities Gunvor e Trafigura preveem que os preços do petróleo podem variar entre US$ 60 e US$ 70 por barril. A expectativa reflete a demanda lenta da China e o persistente excesso de oferta global, disseram os executivos em uma conferência nesta segunda-feira (9).
Os preços do petróleo têm estado sob pressão devido a preocupações com a diminuição da demanda nas economias da China e também dos Estados Unidos. Apesar das expectativas anteriores de que a demanda de verão (no hemisfério norte) seria favorável, a previsão representa uma queda depois de atingir mais de US$ 90 por barril no início deste ano.
O alívio do mercado veio depois que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) concordou na semana passada em adiar um aumento planejado da produção de petróleo para outubro e novembro. No entanto, os traders de commodities alertam que esse alívio pode ser de curta duração.
Ben Luckock, chefe global de petróleo da Trafigura, disse durante a conferência Asia Pacific Petroleum (APPEC), que os preços do petróleo podem cair “para a casa dos US$ 60 em algum momento relativamente próximo”. “O mercado quer saber (…) que a Opep não vai trazer esses barris de volta ou, na melhor das hipóteses, vai trazê-los de volta muito mais lentamente e em uma base diferida”, afirmou.
O valor justo do petróleo é de US$ 70 por barril, já que atualmente há mais petróleo produzido globalmente do que consumido, e o equilíbrio só tende a piorar nos próximos anos, disse Torbjorn Tornqvist, cofundador e presidente da trader de energia Gunvor.
“O problema não está na Opep, porque eles fizeram um ótimo trabalho para gerenciar isso”, disse Tornqvist. “Mas o problema é que eles não controlam onde o crescimento está agora fora da Opep, e isso é substancial.”
Os contratos futuros do petróleo saltaram US$ 1 no início das negociações de segunda-feira, para cerca de US$ 72 o barril, quando um possível sistema de furacões se aproximou da Costa do Golfo dos EUA. Mais tarde, no entanto, eles devolveram parte de seus ganhos.
Fonte: Forbes