Por Tatiana Freitas
A AGCO adiou para o final de setembro o retorno ao trabalho dos funcionários da fábrica de Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, previsto para o final de julho. “A decisão faz parte dos esforços contínuos para enfrentar as reduções de volumes no mercado de máquinas agrícolas”, informou a empresa, em nota.
A suspensão temporária dos contratos de trabalho, medida conhecida como lay off, teve início em 25 de março. A previsão era de retorno dos colaboradores em até três meses, mas, diante da deterioração das condições de mercado, o lay off foi estendido para agosto. Na sequência, os funcionários entrarão em férias coletivas de 30 dias, até o final de setembro.
Os esforços acontecem em meio a uma reestruturação global nos negócios da companhia norte-americana, dona de marcas icônicas como Massey Ferguson e Valtra. As mudanças devem resultar em uma redução de até 6% no quadro global de colaboradores da empresa e na diminuição da produção entre 20% e 25% em 2024 (em horas trabalhadas).
As vendas da AGCO na América do Sul, região fortemente impactada pelo desempenho do Brasil, desabaram 41% no primeiro semestre, segundo o da empresa divulgado na semana passada. A retração na região é bem superior à média global — as vendas da AGCO em todo o mundo caíram 14%.
O fraco desempenho operacional, especialmente na América do Sul, contribuiu para a queda de 40% no lucro ajustado por ação da companhia no segundo trimestre. Sem ajuste, a AGCO reportou prejuízo. Diante das dificuldades, a empresa reduziu seu guidance de lucro e receita para 2024.
A AGCO não é a única a manter o pé no freio. A CNH, fabricante de origem italiana que fabrica máquinas das marcas Case e New Holland, decidiu suspender a produção de colheitadeiras e plataformas em sua fábrica em Curitiba, no Paraná. A suspensão dos contratos de trabalho terá duração de dois meses, a partir de 2 de setembro. Na linha de tratores, a empresa vai dar férias coletivas de 20 dias aos colaboradores. Negociada na Bolsa de Nova York, a AGCO está avaliada em US$ 6,7 bilhões. Em 12 meses, suas ações apresentam queda de 32%.
Fonte: The AgriBiz