Entrega e importação de fertilizantes caem em maio no Brasil

O porto de Paranaguá — Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

Por Isadora Camargo

Em maio deste ano, as entregas de fertilizantes no mercado brasileiro caíram 10,1% em relação a maio de 2023, para 3,26 milhões de toneladas, segundo levantamento que a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) antecipou ao Valor. Um ano antes, as entregas haviam somado 3,63 milhões de toneladas.

Já no intervalo de janeiro a maio de 2024, as entregas totalizaram 14,24 milhoes de toneladas, o que representou uma queda de 1,8% em comparação com os cinco primeiros meses do ano passado.

Mato Grosso, Estado que tem a maior área produtiva do Brasil, o foi o que recebeu o maior volume de adubo nos primeiros cinco meses do ano: as entregas chegaram a 3,2 milhões de toneladas, ou 22,5% do total. Já o Rio Grande do Sul, que sofreu com as enchentes em maio, recebeu 994 mil toneladas de fertilizantes.

Em maio, o Brasil aumentou sua produção de fertilizantes intermediários (ácido sulfúrico, ácido fosfórico e amônia anidra provenientes das matérias-primas brutas do pacote NPK). A produção cresceu 4,2% e alcançou 494 mil toneladas. Porém, no acumulado de janeiro a maio, a fabricação no país recuou 9,1% na comparação anual, para 2,48 milhões de toneladas.

As importações também diminuíram. Segundo a entidade, o Brasil importou 3,06 milhões de toneladas de fertilizantes intermediários em maio, o que representou uma queda de 4,1%.

No intervalo de janeiro a maio, as importações caíram 7%, para 13,10 milhões de toneladas. Hoje, o Brasil importa mais de 85% de sua demanda por fertilizantes.

Analistas do mercado disseram à reportagem que a comercialização e a logística dos fertilizantes têm sido os maiores gargalos para as entregas tanto para as revendas como, depois, para os produtores rurais.

Uma das razões para a diminuição do ritmo das entregas de fertilizantes é o comportamento dos produtores, que, em virtude da queda dos preços dos grãos e da alta do dólar, ficaram mais cautelosos em suas decisões de compra. Os movimentos das cotações tornaram a relação de troca por adubos menos atrativa.

Fonte: Globo Rural