O Valor Econômico traz entrevista com Felipe Câmara, analista do Índice de Preços ao Produtor (IPP), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), repercutindo a alta de 0,74% em abril da chamada inflação de “porta de fábrica”, sem impostos e fretes, sendo considerada a terceira alta consecutiva no índice.
“Para entendermos a dinâmica inflacionária corrente, é importante lançar luz sobre as cadeias da soja e da cana-de-açúcar, mais especificamente sobre o preço do óleo de soja e do etanol na porta da fábrica”, afirmou Câmara, considerando que as cadeias de produtos derivados da soja e da cana-de-açúcar pressionaram a inflação à indústria em abril.
Câmara explica que, no caso da soja, a menor produtividade da safra e o aumento do volume de exportações afetaram a disponibilidade do grão, pressionando o preço para cima. Ao mesmo tempo, houve influência da competição entre a fabricação de alimentos e de biodiesel. O etanol, por sua vez, foi influenciado por dois movimentos: a opção das usinas em direcionar a moagem de cana para a produção de açúcar e o baixo preço relativo na comparação com gasolina, que abriu espaço para remarcação no preço do biocombustível.
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