Foram pouco mais de 16 meses de embates entre interesses políticos defendidos pelos ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil), além de interesses de mercado por parte de Jean Paul Prates (Petrobras) e Fernando Haddad (Fazenda). Segundo reportagem do jornal Valor Econômico, o nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva também consta como um dos defensores da ala de interesses políticos e contra o mercado.
A decisão acontece dois meses depois da crise que dividiu o governo sobre o pagamento dos dividendos extraordinários e um mês após a decisão de distribuir metade de um montante total de R$ 49,3 bilhões. No mercado “on-line” da bolsa de valores de Nova York, a notícia da saída de Prates levou a uma queda de quase 8% no valor da Petrobras.
A indicação de Magda Chambriard, funcionária de carreira da estatal e ex-diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), para substituir Prates terá que passar pela aprovação das instâncias de governança da Petrobras. O conselho da petrolífera deve se reunir hoje para avaliar o encerramento antecipado do mandato de Prates.
Um dos embates entre Prates e seus oponentes no governo ocorreu após intervenção do Tribunal de Contas da União (TCU), que impediu que a Petrobras concretizasse um contrato com a empresa de fertilizantes Unigel Química. Na avaliação do TCU, este contrato causaria prejuízo da ordem de R$ 487 milhões à estatal. O maior defensor deste contrato dentro do governo era o chefe da Casa Civil, Rui Costa. Prates ainda se desgastou dentro da empresa e com o MME por sua defesa do plano de investimentos em eólicas “offshore” (no mar), cuja viabilidade econômica era questionada.
Íntegra da matéria: Valor Econômico (para assinantes)