Na pauta da assembleia ordinária dos acionistas da Petrobras, a realizar-se nesta quinta-feira, 25/04, a distribuição de dividendos aos acionistas é tema relevante. As recorrentes altas do petróleo nas cotações internacionais e a desvalorização do real em relação ao dólar são as argumentações do governo em favor da distribuição de 50% dos dividendos extraordinários, sem impacto nos investimentos da companhia.
Esse assunto foi o cerne de um conturbado processo no primeiro trimestre, causando grande volatilidade sobre as ações da estatal e quase derrubou seu presidente, Jean Paul Prates. A decisão de veto veio dos representantes do governo no conselho e deflagrou uma escalada nos desentendimentos entre Prates e o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia).
O plano atual considerou que o preço médio do Brent ficará em R$ 404 (US$ 80 a um câmbio de R$ 5,05) em 2024, caindo gradualmente até atingir R$ 343 (US$ 70 a R$ 4,90) em 2028.
Ainda em março, a direção da Petrobras defendia que a distribuição de 50% do lucro excedente de R$ 43 bilhões não prejudicaria as finanças da companhia, que fechou 2023 com US$ 10 bilhões (R$ 52 bilhões) de sobra de caixa, em comparação com o valor de referência previsto para o ano.
Na reportagem do jornal Folha de S.Paulo, Prates defendeu a retenção de metade dos valores em uma reserva de lucros, que tem o objetivo de garantir a remuneração dos acionistas em períodos de geração de caixa mais apertada. “Por que isso é importante? Porque você pode ter realmente um fato mais à frente e ter uma expectativa de dividendos menor, fazendo com que a ação caia”, afirmou, em entrevista após evento em São Paulo.
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